segunda-feira, 5 de junho de 2017

Aos olhos do Pai

"Eu sempre quis ser pai, sempre foi uma vontade muito grande.
Nunca vou esquecer o dia em que eu e Camila abrimos o exame de sangue. Ao ver o resultado ficamos um minuto apenas olhando um para o outro em silêncio, com uma mistura de todos os sentimentos possíveis.
De repente, toda minha concepção de paternidade mudou. Senti medo e alegria ao mesmo tempo, medo de não conseguir arcar com os cuidados que uma criança precisa e ao mesmo tempo uma enorme alegria por realizar esse grande sonho.


E eu que era um cara sempre sem grana, correndo atrás do prejuízo, ainda me encontrando profissionalmente, me vi vivendo um contraste muito grande, pois toda a vontade de ser pai, vinha com o peso da responsabilidade, medo de não conseguir dar conta disso tudo.
Passado o susto de saber que seríamos papais, veio o lado gostoso da gravidez: pensar em nomes, se seria menino ou menina, e já fomos apostando que qualquer que fosse o sexo, jogaria futebol ou altinha.


Até os 5 meses de gestação, eu idealizei um filho normal, sem doença alguma, como qualquer pai imaginaria, um filho ativo e inteligente. E claro, veio a tristeza com a notícia, pois não seria fácil, mas ao mesmo tempo foi extremamente motivador viver isso, pois me deu forças para lutar, e ser o melhor pai que poderia ser para ele.


E então, o Henrique nasceu.
E mesmo com todo suporte familiar e meu pai sendo médico (o que nos deixou muito mais confiantes e tranquilos), é uma batalha muito grande correr atrás de médicos especializados, exames, cirurgia, dentro do nosso sistema, mesmo com plano de saúde.
Comecei a correr atrás, pesquisar o que seria o melhor para o Henrique, para estimulá-lo, e assim diminuir o máximo possível os impactos da doença sobre ele. Se ele tivesse 1% de chances de ter uma vida normal, eu estava disposto a fazer que esse 1% fosse o melhor do mundo, apenas pensando em dar para ele a melhor vida possível. Com isso, passei a enxergar a vida de uma outra forma, como não estamos acostumados a ver.


Quando a Camila retornou ao trabalho, foi quando eu fiquei mais tempo com o Henrique.
Fui virando pai nesse tempo, pude perceber meu filho melhor, com a percepção que não tinha quando ele ainda estava na barriga. Entendi que tinha um serzinho que era meu, e precisava cuidar dele ao máximo e não havia tempo para outra coisa. Só comia e trabalhava de casa, intercalando com mamadeiras, banhos e fraldas.






Por mais que eu fizesse tudo possível para amenizar o sofrimento do meu filho, é muito duro saber que não poderia protegê-lo de tudo, das decepções e sofrimentos que passaria. Eu não sofria por mim, por ter um filho assim, eu sofria por ele. Por não saber o que se passava dentro dele, quando ele estava chorando, por exemplo, se era dor de cabeça ou um choro normal de criança. Como pais, vamos aprendendo a identificar, mas sempre existe uma angústia de não saber ao certo o que nosso filho sente.


Tive meus medos de não conseguir, tive minhas dúvidas, o que nunca foi empecilho para querer o meu filho e querer cuidar dele. Eu sabia que como tudo na minha vida, eu também daria um jeito de conseguir as coisas para o meu filho. Medo e dúvida são passageiros, por isso não podemos deixar tomar conta de nós. Eu sabia que era forte e teria forças para lutar por ele, até hoje, se ele ainda estivesse aqui. Acho que Deus foi bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque tirou o sofrimento que de repente, o Henrique estaria passando hoje em dia,  ruim porque tirou ele de nós, deixando essa saudade.


Ter um filho é muito bom! O meu filho me ensinou muita coisa, e mesmo ele não estando mais aqui, continuo aprendendo muito com a situação dele. A dar valor a minha vida, a vida de outras crianças, de outras pessoas. Sempre que converso com algum pai ou mãe, digo para aproveitarem muito seus filhos, abraçar, beijar, brincar bastante porque eu não posso mais, não posso tê-lo pertinho de mim fisicamente, apesar de tê-lo no meu coração e na minha cabeça. Todo tempo com nossos filhos é precioso, e eu queria ter tido mais tempo com o meu e não posso ter.
Não quero que ninguém pense nessa história de uma forma ruim, quero que pensem no Henrique como um professorzinho que veio para ensinar as coisas para a gente. Foi muito bom ter um filhinho como ele, com seu cheirinho, seu jeitinho. Hoje carrego o seu nome no meu peito, isso me conforta, e me lembra que fiz de tudo para acertar. E se errei foi tentando acertar, sempre.


A vida é uma só, acredito no hoje e no agora, e precisamos viver intensamente.
O Henrique me dá essa força de viver a vida com mais afeto pelos que amo, estar perto da minha família, dos amigos, estar mais presente e fazer o bem. Comecei a me envolver com permacultura e bioconstrução, graças ao Henrique,  justamente porque agora quero fazer o bem para outras pessoas, e esse é um trabalho que acredito. Se cada pessoa estiver disposta a fazer o bem, o mundo melhora.
Faço pelo Henrique, e pelas crianças que possam vir a nascer com o mesmo problema que o dele, tenham condições melhores e mais conforto, um dia.


E também acredito na evolução da nossa espécie, acredito que ele se foi para dar espaço para outras vidas virem, creio que ele cumpriu a missão que ele tinha aqui que era nos ensinar sobre a vida, e também fazer nascer esse blog para ajudar outras mães. A saudade fica, a dor passa. Eu vejo a saudade como parte positiva, pois me lembra tudo que ele me deixou de bom. A tatuagem no meu peito é com a data de morte dele, pois para mim esse dia me mostrou o que é eternidade e ele sempre será eterno para mim."



Depoimento: Henri Silva (Pai do Henrique)

terça-feira, 11 de abril de 2017

A Morte

Palavra que muito assusta, que poucos gostam de falar, mas é só uma palavra e o espiritismo ajuda a entender/aceitar um pouco mais.

A morte Segundo o Espiritismo

Para a Doutrina Espírita, antes de tudo, a morte não é o fim! O significado da morte para o Espiritismo foi revelado pelos espíritos superiores a Kardec, cuja missão foi mostrar ao mundo, o que ocorre após o desencarne (morte).
Diversos outros espíritas com o médium Chico Xavier contribuíram para elucidar e mostrar que a morte é apenas uma passagem para o verdadeiro mundo, o Mundo Espiritual. Chico Xavier transmitiu diversas mensagens de espíritos para os seus familiares, consolando os que ficaram e mostrando, ao mesmo tempo, que a morte não foi um fim, mas sim o recomeço de uma outra etapa, e que eles, os entes queridos, continuam existindo e ligados aos que ficaram pelos laços da afetividade. Até porque, a vida terrestre em um corpo físico, bem como a vida no plano espiritual, em um corpo sutil, são apenas etapas para o aperfeiçoamento e o aprendizado do espírito e, ao morrermos, nossas almas continuam e vão para o mundo espiritual levando na bagagem tudo o que aprendemos nessa passagem terrena.
Além disso, cada alma é única e tem uma essência própria, ou seja, no mundo dos espíritos ela continua a ser quem sempre foi, mantendo suas características individuais de personalidade.
Fonte: Doutrina Espírita em revista.


Sem duvidas esse post está sendo o mais difícil de escrever. Cada um com suas lembranças e dificuldades, mas é por ele que faço tudo isso. Por ele que crio forças para continuar com esse blog.

Dia 01/10/2012 (1 ano após seu nascimento), a internação que parecia não ter fim, chegou ao fim depois de 10 dias. 10 dias de tensão, tristeza, desespero, noites sem dormir e sem comer. Férias que pensei poder ficar e aproveitar meu filho foram as piores da minha vida.
Henrique ficou internado na UTI Neo e lá só podiam ficar os pais, nem visitas podia receber. Não arredei o pé dali, e cada vez que ia na cantina tentar comer algo ficava com medo dele acordar, sentir minha falta, chorar, sentir algo. Fazia tudo correndo. Até que na segunda noite internado, médicos foram de madrugada fazer um punção na cabeça pois achavam que a válvula estava entupida e por isso a febre alta. Quando estes médicos entraram no leito tive uma sensação estranha. Achei eles estranhos, coisa de filme. Feito o procedimento, eles saíram do leito e foram embora. Nesta noite dormi super mal, não só pela poltrona do papai que era super desconfortável, mas pela sensação que tive. Estava preocupada! A noite foi passando e na manhã seguinte Henrique começou a passar mal, ficou com falta de ar, começou a ficar roxo. Entrei em desespero!!! Comecei a gritar pq não tinha 1 médico por perto pra contar história. Uma fisioterapeuta que estava no plantão me ajudou, chamou a pediatra que teve a audácia de dizer: é apenas soluço, mãe! Falei aos prantos: claro que não, ele tá roxo e conheço meu filho!!! Rapidamente me tiraram de dentro da UTI, pois não podia ficar ali enquanto faziam os procedimentos. Nesse tempo, só conseguia chorar e liguei para o pai que tinha ido em casa descansar um pouco e pegar umas roupas. Ele chegou desesperado e não queriam deixá-lo entrar, mas ele queria ver o filho, com razão, e que se não abrissem a porta ia ser pior. Quando entramos ele já estava em coma, entubado. A partir daí os médicos começaram a liberar as visitas. Avós, tios, amigos...
Dia após dia, morando naquele hospital, o cansaço só aumentava mas junto com ele a fé de um milagre. Mas, infelizmente não aconteceu. Todos os dias recebíamos a visita de um capelão (O capelão é um integrante voluntário da equipe multidisciplinar da fé, é uma pessoa capacitada e sensível às necessidades humanas, dispondo-se a dar ouvidos, confortar e encorajar, ajudando nos presídios, escolas, hospitais e lares, ajudando as pessoas a lutarem pela vida com esperança em Deus. Oferece aconselhamento espiritual e apoio emocional tanto aos necessitados e seus familiares, como aos profissionais distintos).
Nestes dias conversamos bastante com o capelão e ouvimos muito suas orientações e preces. Até que na noite do dia 09/10, nunca me esqueço, em uma conversa com o capelão ele falou para rezarmos (eu e o pai) e pedirmos a Deus que esse sofrimento acabasse e que o melhor deveria ser feito. Fizemos exatamente isso naquela noite. E no dia seguinte, 10 de outubro de 2012 nosso filho Henrique veio a falecer. Acreditamos que a vontade de Deus foi feita e que se ele continuasse neste mundão iria sofrer muito. Ele está num lugar muito melhor e olhando por todos nós com muito carinho.


Em um dos dias mais difíceis da minha vida, tive a certeza de ter ao meu lado pessoas verdadeiras que me ajudaram e apoiaram.


Foto: Cemitério São João Batista - Desenho feito por Henri Silva (Pai do Henrique)
"A morte nos privou do que seríamos mas nunca do que já fomos."

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Febre alta e Internação

Durante a correria da festinha de 1 ano e o Batizado, Henrique teve uma daquelas febres que ninguém sabia explicar o porque e nem de onde vinha. Só que esta febre foi diferente pois durou uma semana. E foi uma semana sem ir ao trabalho, sem saber o que fazer, levando em vários médicos, médicos renomados, na pediatra, e ninguém sabia nos dizer ao certo o motivo. Já não sabia mais o que dizer no trabalho, e cada vez que ligava para avisar que mais um dia não poderia ir, eram lagrimas e lagrimas que caiam dos meus olhos. Tive a imensa sorte de ter uma chefe ótima que com certeza acreditava em mim, pois sabia de toda historia e de toda luta com ele.
Foi então que mais uns dias sem ir ao trabalho, decidi pedir demissão para que pudesse cuidar 100% do meu filho e sem ter a preocupação com mais nada (certa de que naquele momento era o melhor que poderia fazer). Fui então ao trabalho para fazer exclusivamente isso, e não dei pra traz. Chamei minha chefe para conversar, acredito que já imaginava a minha decisão. Aos prantos pedi para que me mandassem embora para me dedicar unica e exclusivamente ao meu filho. Ela, chorando muito também, não permitiu naquele momento. Falou que me daria férias e conforme fosse quando retornasse e se eu ainda tivesse decidida a isso, me mandaria embora sem problemas. E foi o que fizemos. Tirei férias, dia 01/10/2012 (exatos 1 ano depois do nascimento do Henrique).
Quando liguei para o pai dele para dar a noticia, ele me deu a noticia de que nosso filho tinha piorado, estava vomitando, não queria comer e a febre nada de diminuir. Saí voando para Niterói, onde eles estavam (na casa do avô paterno) e levamos para o HCN (Hospital de Clinicas de Niterói) onde tinha Emergência Pediátrica. Lá foi atendido, tomou soro, fez alguns exames, mas a febre matinha nas alturas. Decidiram então interná-lo para descobrir o porque da febre contínua. Chegamos a pensar que poderia se entupimento da válvula.

Abaixo algumas dicas que podem ajudar na hora de perceber se a válvula está entupida ou infeccionou:

1. Bloqueio – Significa o entupimento ou bloqueio do Shunt. No recém – nascido deve estar atento a alguns sinais e sintomas como irritabilidade, aumento da temperatura, vômitos, fontanelas hipertensas. Esta complicação ocorre nos primeiros 12 meses após a inserção do Shunt. Em caso de bloqueio é necessária nova intervenção cirúrgica para reajustamento do Shunt. O importante é estar atento a alterações do comportamento do bebé. Como pais, vocês serão os melhores juízes do seu bem-estar.
2. Infecção – A infecção do shunt, pode ocorrer a qualquer momento, mas o período de maior risco é durante os dois primeiros meses. Na presença de infecção, o bebé poderá apresentar aumento da temperatura corporal, cansaço, irritabilidade, falta de apetite, erupções na pele em torno do local de inserção. Cada criança é diferente pelo que também os sinais e sintomas são diferentes, é igualmente importante que esteja atento ao comportamento geral do seu bebé e se aperceba de eventuais alterações. Se o shunt está infectado é necessário que seja retirado e é no seu lugar colocado um dreno externo para que possam ser administrados antibióticos por essa via (os antibióticos intravenosos não atravessam a barreira hematoencefálica).
Durante o período pós-operatório, é muito importante proteger a sutura, evitar que a criança posicione a cabeça para o lado onde está inserida a válvula. Exames complementares de diagnóstico como ecografia transfontanelar e Tomografia Axial Computorizada (TAC) craneoencefálica, são utilizados para avaliar a evolução/regressão da hidrocefalia. Todavia, a avaliação frequente do perímetro cefálico e observação clínica da criança de sinais e sintomas sugestivos de hipertensão ou hipotensão intracraneana são fundamentais. (SANDLER, 2004).
Idealmente, a Válvula ventriculo-peritoneal deve permitir uma drenagem controlada e sistemática, por isso o crescimento da cabeça da criança acontece de acordo com o seu desenvolvimento. Uma ligeira a moderada hidrocefalia ou dilatação ventricular pode persistir no entanto importa avaliar a sua evolução e se há sinais de comprometimento neurológico. Actualmente os sistemas de DVP têm sido desenhados para responder a uma enorme panóplia de alterações de pressão intracraneana, tal como alterações posturais, situações de tosse, esforço físico. Estes mecanismos vão automaticamente variar a resistência da DVP o que regula a saída de LCR drenado, prevenido a dilatação ou colapso dos ventrículos (SANDLER, 2004).
Como qualquer mecanismo artificial colocado no organismo de uma pessoa, podem existir complicações no pós-operatório. As principais complicações de um Shunt VP são infecções ou o seu mau funcionamento. Todos os shunts estão sujeitos a dificuldades mecânicas como torção, obstrução, separação ou migração do tubo. O mau funcionamento está muitas vezes associado a obstrução mecânica no interior dos ventrículos, por tecido ou exsudado, por trombose extremidade distal do tubo ou deslocamento deste devido ao crescimento da própria criança. Quando uma destas complicações ocorre a situação é de emergência e as manifestações clínicas directamente associadas são aumento da pressão intracraniana (PIC) acompanhado de alterações neurocomportamentais, como o estado de consciência.
Fonte: http://www.asbihp.pt
No próximo post darei continuidade. Será o mais difícil, mas Deus está comigo e me dará mais forças para escrever.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Meses após a Cirurgia e os preparativos para festinha de 1 ano e Batizado

Boa noite pessoal!
Voltei para dar continuidade ao blog e uma forma também de colocar pra fora todo o sentimento que não expressei durante todos esses anos de ausência.

Após o sucesso da cirurgia (realizada com 7 meses de vida), Henrique passou estes meses restantes aparentemente bem, com algumas febres como de costume para nós. Sabíamos que não era normal e a cada febre mais forte, corríamos para o hospital. Uma loucura e coração apertado! Vale lembrar que todos esse tempo contamos com ajuda de muita gente, principalmente dos avós (minha mãe Ivone que mesmo morando em Belém do Pará - terrinha longe essa- arrumava um jeitinho de estar perto e cuidar do neto. E o avô paterno Euzébio que nos auxiliou como médico e pai experiente por ter seus 4 filhos).

Mas como em outubro (dia 01) Henrique faria 1 ano e para nós foi uma ano de muita correria, garra e superação, decidimos que faríamos uma festinha para comemorar seu Primeiro aninho. E dá-lhe de correr atrás de tudo. Salgadinhos, comidinhas, decoração, convite etc (tudo claro com um precinho acessível para nós). O convite eu mesma fiz e o tema escolhido foi PRAIA. Tudo a ver com os pais que amam a natureza (procurei o convite para postar mas infelizmente não encontrei).

Pegando um solzinho final de tarde no Arpoador - RJ




 O Batizado também seria realizado neste período, antes até dele completar 1 ano. E corre pra ver igreja que aceite pais que não são casados e pai ou mãe que não são batizados (não entendo muito sobre isso e quais são as regras da Igreja Católica) mas com uma avó católica fervorosa que tenho, ela nos deu essa forcinha e conseguiu a igreja.
Modelo do convite do Batizado (este eu achei..rs)

 
 
No próximo post contarei como desencadeou esta historia...





sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Retornando ao Blog



No último post peço desculpas pela demora de uma nova atualização.
Hoje, 3 anos depois do post A Cirurgia, estou de volta ao blog para escrever um pouco do que aconteceu durante estes anos. E claro pedir desculpas por todo esse tempo sem atualização.
Não pense que esqueci, ou que tenha desistido de escrever. Não! Pelo contrário, pensava e sentia vontade de escrever todos os dias mas me faltavam forças para isso.

Posso dizer que hoje estou reestruturada para estar aqui escrevendo, mas não posso negar que a emoção me domina e a saudade mais ainda.

Acho que este é o post mais curto, mas o mais emocionante. Em breve volto para contar cada detalhe de todos esses anos.

ESTOU DE VOLTA!!!!
Beijos em cada um de vocês.

terça-feira, 19 de junho de 2012

A Cirurgia

Desculpem a demora na atualização do blog, mas a vida esta super corrida, estava sem pc e não tinha tido tempo ainda de atualizá-lo.

Bom, no último post disse que ia falar sobre o resultado do exame.
E como já era de se esperar, Henrique realmente teria que se submeter à cirurgia para colocação de uma válvula.



"O tratamento, na maioria dos casos, é cirúrgico com a colocação de um shunt que tem como função drenar o LCR excedente dos ventrículos para o peritoneu da própria criança. O shunt é uma válvula conectada a um tubo de plástico que vai permitir a drenagem do LCR excedente da cabeça para o peritoneu (cavidade abdominal)."

Segundo o Dr. Gabriel Mufarrej, não era uma cirurgia de urgência, mas também não poderíamos deixar passar muito tempo, pois cada dia que passava o licquor e a pressão iam aumentando lá dentro. Foi passado então o orçamento da equipe médica. Um choque! E o primeiro pensamento que veio foi: Onde vamos arrumar esta grana toda? Mesmo com o descontinho que ele disse que ia nos dar, era uma grana preta que ninguém tinha na mão. Mas quando se trata de saúde, a gente dá um jeito.
Tinha sido dada a largada então para conseguir a grana e o principal, o lugar onde seria feita a cirurgia. Porque o plano de saúde cobria apenas a válvula, mas não cobria os Hospitais em que a equipe operava (Copa D'or, Quinta D'or, Clínica São Vicente, Clínica Pediátrica de Lagoa e Pró-Cardíaco), e eles não abriam mão destes lugares. E sinceramente, nem eu queria que fosse em outro lugar, muito menos com outro médico. A escolha do médico foi, além de saber que o cara é o melhor do Brasil, foi energia, simpatia, tranquilidade e sabedoria. Tudo que estava precisando naquele momento, ele me transmitiu. E a certeza de que estava oferecendo o melhor para o meu filho e que se alguma coisa desse errado (graças a Deus não deu) não ia me sentir culpada.
Mas como Deus sabe o que faz, ele me colocou para trabalhar neste Hospital de excelência que é o Pró-Cardíaco, e me fez conhecer pessoas maravilhosas, super humanas e de um coração enrome. Que além de autorizar a cirurgia do Henrique, ainda conseguiu que o valor caisse para METADE!!! Um alívio para todos nós. Vocês não têm ideia.
Com tudo pronto então, marcamos a cirurgia para o dia 15 de maio de 2012 às 8h. Chegamos no dia anterior para a internação, e até então a minha ficha não tinha caido muito ainda..rs
Só caiu quando levaram ele para o centro cirúrgico e não podia acompanhá-lo. Neste momento chorei tudo que ainda não tinha chorado. E a espera angustiante para o final da cirurgia e poder ver meu pequeno.
O que mais me tranquilizou foi que o avô paterno pôde acompanhar toda a cirurgia por ser médico e sabia que não ia permitir que nada de ruim acontecesse.
A equipe médica também super atenciosas, me deixando informada do início ao fim.
Fora os contratempos durante a estadia dele no hospital (dificuldade de achar a veia, enjoo pós anestesia, falta de apetite) a cirurgia foi um SUCESSO.



Para quem quiser entender melhor este procedimento, segue um vídeo explicativo bem interessante: www.youtube.com/watch?v=CXBJsTJ64ek

Queria agradecer todos que me apoiaram, ajudaram não só financeiramente, como também emocionalemente e me deram força. E a Deus por mais esta etapa vencida com sucesso.





quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Exame

Passados os três primeiros meses, e a ida contínua a Fisioterapia, Henrique esta evoluindo mas ainda não da forma que deveria.
Em uma consulta com o neurocirurgião pediatrico, o Dr. Gabriel Mufarrej, ele nos solicitou uma Ressonância Magnética do crânio com estudo do fluxo liquorico, para uma melhor avaliação e para sabermos em que lugar exatamente esta esta osbtrução que impede a circulação do licquor.
Liguei então para o CDPI Barra, pois é o único lugar que faz este tipo de exame onde o plano de saúde cobre. Mas para nossa angústia, só tinha vaga para dois meses depois, o que para nós seria totalmente inviável. Mas, por via das dúvidas deixei marcado. Neste tempo corri atrás de outra forma. Pois não podíamos perder mais tempo.
Por trabalhar em um Hospital, consegui que ele fizesse este exame o mais rápido possível. E melhor ainda, sem custo nenhum. O exame foi marcado para 16 de março de 2012, uma sexta-feira às 7h30 da manhã, no Hospital Pró-Cardíaco.
Para a realização da Ressonância em bebês, a criança precisa ser sedada para que ela não mexa de forma alguma. Fomos então encaminhdos para uma salinha onde iria acontecer o contraste (sedação), via oral. (um liquidozinho que eles dão para criança dormir). O Henrique resistiu um pouco, custou a dormir, mas quando dormiu tb foi dificil depois de acordar...rs
Feito o exame, com duração de mais ou menos 20 minutos, tínhamos que esperar no prórpio hospital que ele acordasse e mamasse, pois corre o risco dele vomitar e dependendo sufocar. Mas graças a Deus nada disso aconteceu. Só sei que ele acordou às 15h ainda meio grogue, mamou e ai sim fomos para casa depois de um dia inteiro no Hospital.
Saiu então o resultado, e fomos logo levar para o Dr. Gabriel. Nada resolvido! Ele analisou o exame, avaliou o Henrique, e nos solicitou uma nova ressonância. Uma mais específica, mais completa.
Mas ele falou uma coisa que por um lado me deixou mais tranquila. Disse que teríamos que fazer mesmo a cirurgia, que já esta na hora. Sim, fiquei mais tranquila sim, apesar de ser uma cirurgia, mas agora não adianta mais ficar adiando uma coisa que será inevitavel. Já que tem que ser feito, que seja feito de uma vez e aproveitar que ele ainda é noovinho e a recuperação é mais rápida.
O médico então nos indicou um lugar que só faz ressonância (Clínica Luiz Felipe Matoso, no Cittá América - Barra da Tijuca), com uma médica banbanban, a Dra. Lara. Henrique teria mais uma vez que se submeter a uma anestesia, mas desta vez foi de outra forma. Foi por inalação, fazendo com que ele dormisse muito mais rápido e acordasse logo também. Para este tipo de coisa sou muito sensível, não gosto de ver. Deixo sempre o Pai acompanhar, prefiro esperar do lado de fora.
Este exame também conseguimos marcar logo para a semana seguinte. Claro, a fortuna que pagamos neste exame não está no gibi...rs Só para vocês terem uma ideia, contando com anestesista, o exame deu em trono de 900 reais. Mas quando se trata de saúde, e queremos o melhor para o nosso filho, a gente tira dinheiro não sei de onde.
Agora estamos esperando o resultado deste exame que sai nesta próxima sexta-feira, dia 13 de abril de 2012.


Próximo post provavelmente já terei levado o resultado para o médico e ai volto para contar a vocês o que foi dito e o que será feito.

Rezem por nós que tudo dará certo!